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Re: [gtCD] Re: [estudiolivre] O Fracasso do Edital Redes I

Olá, bom dia.
Dos que vieram expressar opinião neste tópico, não conheço pessoalmente, assim como não conheço os debates anteriores e embates que já tiveram em encontros, redes, etc.
Do ponto de vista pessoal então possuo uma certa neutralidade.
Do ponto de vista ideológico vejo que aqui estão surgindo assuntos que devem ser aprofundados e levados como plano de mobilização, organização de demandas, etc.
A questão da transparência é fundamental, e, para ir além da crítica tenho procurado atuar de maneira que considero civilizada, que é justamente fazer valer alguns direitos civis que já estão previstos a alguns séculos, inclusive.
Concordo com a goa, que disse estar reverberando uma crítica anterior (novaes?) que é o direito de criticar, e mais, a crítica deve ser vista como algo que vêm a colaborar.
No entanto, devemos lembrar que o sistema de gestão, tanto pública quanto das empresas, possui uma lógica que é não transparente, excludente, autoritária e inquisidora.
Como mudar isto? Certamente não será com omissão de quem está nas gestões e processos que envolvem implementação das políticas. Na verdade, o pior, é que o funcionário, público ou privado, assim como o contratado, considera um estorvo qualquer questionamento e pedido de acesso a informação, e como "vingança" a quem fizer isto, aí sim, entra a postura de "inquisição", ou seja, nada racional e construtivo.
Vou dar meu exemplo pessoal: em 2010 fiz um contato com o Centro de Artes Visuais da Funarte para saber como obter mais informações sobre como havia se dado um processo seletivo que submeti projeto.
O funcionário sem consciência política, social, assim como das políticas públicas, vai achar que alguém que procura "saber mais" está é querendo "arrumar confusão".
Na verdade, eu, como muitos que investem em editais, querem e merecem um "feedback", até mesmo para saber o que se pode aprimorar no envio de uma outra proposta, se for o caso. Um exemplo da necessidade de "feedback" é o caso que um vizinho meu, que participou de uma dessas bancas de seleção, me falou: "um pessoal do norte" enviou um projeto que era pra fazer uma espécie de "lambe-lambe" nos Pilotis do Capanema. Eles aprovam o projeto do cara na habilitação, por constar todos os documentos, e reprovam na seleção, e não há lugar algum em que esteja escrita uma linha sobre cada projeto avaliado. Conclusão é que o cara pode continuar enviando o projeto em outras vezes (e no caso da Funarte ainda é Sedex, com projetos, portfolios, etc.) sem nunca saber que está propondo algo que nunca será aprovado por se tratar de prédio de patrimônio público. Se ele soubesse que o problema principal que se coloca é este, teria a oportunidade de reformular para envio em outras ocasiões, além de também passar a se informar sobre uma regra que é geral, em diversos espaços de patrimônio.
A conclusão do meu contato em 2010, que foi antes da implementação da Lei de Acesso a Informação, é que, um funcionário chegou a me falar que realmente alguns envelopes de projeto sequer eram abertos. E, claro, depois dessa realmente considerei absurdo que um governo e gestão que estamos apoiando, inclusive referendando as seleções e políticas, pudesse agir de tal forma.
Dei entrada com uma solicitação formal de pedido de informação, protocolada na Funarte, que na época nunca foi atendida e sequer respondida.
Como consequência deste ato, creio que ganhei um (ou mais um) baita estigma.
Na verdade, o meu motivo era de certa forma ingênuo, do mesmo modo que pode ser ingênuo ter ainda "um fio de esperança" no que estar por vir com esta gestão, mas neste caso, com a  Funarte, apenas alguns anos depois, fui entender que a indisposição para prestar informação tinha a ver com outras questões ali que estavam mal explicadas, como o fato de utilizar Lei de Incentivo a Cultura, em convênio com a Petrobrás, para a implementação de alguns Editais.
Sobre este assunto, este post explica melhor e está dentro de um grupo que fiz para criar um diretório de referências importante para esta discussão. A notícia fala de 2006/2007, mas o caso se repetiu em 2010/2011.
Então, se eu, como proponente, queria apenas ter certeza de que o meu projeto foi lido e que aquele investimento, eventualmente surtiria efeito para o meu trabalho, acabei sendo mal-tratada por que estes funcionários, além da má vontade, falta de consciência e descaso com a cidadania, tinham também medo, pois estava em curso um outro processo com a Petrobras e isto já tinha gerado questionamentos, como no vídeo do link pro 'post' acima.
Claro que, com o que estamos vendo vir a tona agora, o caso é em termos de grandeza, insignificante. Mas nesse ponto, há muito a ser visto aí, pois um outro fato é que as prestações de contas dos projetos não são de fato verificadas, segundo dito, por falta de pessoal e infraestrutura, entre outros detalhes.
Isto ficou melhor esclarecido para mim quando entrou a Lei de Acesso a Informação e percebi que estes convênios aconteciam.
O assunto é longo e têm muitos detalhes, mas, em suma, existe o fato de se estar utilizando de um sistema que é viciado em fazer o que não interessa para implementação de uma real democracia e real respeito aos direitos civis. Existe ignorância, má vontade e sim uma atitude golpista por parte de quem conseguiu "um lugarzinho" nesse "quinhão", seja um emprego, seja uma fluência de relacionamento que facilita os "tráfegos".

Então, quando alguém aqui levanta "questionar é estar contra?", realmente isto não é justo e uma democracia não se constrói sem fluência de comunicação, e, vejam bem, o primeiro que se faz quando chega um questionamento é tentar ignorar, e, quando não é possível, há a estratégia de jogar o problema para o outro, para o âmbito do bem estar pessoal ("entendo a sua frustração....etc."). Ideologicamente é importante entender que este nível de competição acirrada e de ataques aos colegas é algo também arquitetado como forma de dominação ideológica. O início deste vídeo ajuda a refletir sobre isto.

Isto não quer dizer que não se deva haver embates. Eles são de fato necessários, e quanto mais abertos, diretos e transparentes, melhor. Por exemplo, fiquei sem entender bem a mensagem do claudio prado. Ficou subjetiva, parece ironia, mas sobre o Freud citado, fiquei na dúvida se é o mesmo d"O mal estar na civilização".

O que gostaria de chamar atenção, novamente, neste debate, é que qualquer um pode, levianamente, falar que tal projeto não está em condições, e tais outros estão. No entanto, um processo de seleção deve ter registros destas decisões, e, sendo elas passíveis de serem questionadas, o cuidado na escrita será maior.

Este, entre outros fatores, podem, e devem ser mudados. E, eles só vão mudar se fizermos pressão e entramos em um diálogo com a intenção de cooperar para mudança.

Neste caso, apesar das críticas, dos sentimentos negativos gerados pelas distopias e decepções, é importante reconhecer que temos o desafio de organizar os questionamentos e existe uma possibilidade de diálogo, em aberto.

O ambiente da política partidária infelizmente atrai muitos oportunistas e isto tende a afastar e desiludir os idealistas. Mas até o partido mais radical, se crescer em eleitorado, será visado por um bando destes que só querem tirar proveito, e, o pior, não possuem formação política, ou qualquer outra formação que favoreça ampliar a consciência e buscar atitudes construtivas dentro de um processo de construção democrática.

O Brasil saiu de grandes períodos de ditaduras para uma entrada "gradual" na democracia. Ninguém falou que seria fácil.

hasta la victoria (che)

Elen


Em quinta-feira, 26 de novembro de 2015 10:35:52 UTC-2, novaes escreveu:


Em quarta-feira, 25 de novembro de 2015 11:27:22 UTC-2, claudio prado escreveu:
eis aqui este sambinha, feito numa nota só>>>
parece inacreditável: 10 anos depois as mesmas críticas>> as mesmas palavras>> o mesmo rancor>> 
é o compromisso atávico com o inviável!! inacreditável!!!

mesmas críticas? mesmo rancor? claudio, você perdeu o juízo?

Há dez anos atrás eu coordenava as ações nacionais de cultura digital enquanto você viajava com namorado com grana pública pra europa.
Há dez anos atrás nós, a equipe de implementação do cultura digital, decidiamos que o Piauí seria nossa primeira oficina, invertendo a lógica de favorecimento dos grandes centros. O Norte, durante a nossa passagem pelo MinC, era prioridade, tinha recursos a mais para deslocamento e estada porque entendíamos sua temporalidade... Nós construímos em campo a maior política cultural do brasil, e sangue-sugas como você ainda hoje enganam a quem possam colhendo os resultados do que nem fazem ideia que aconteceu...

Hoje,a pesquisa de ponta em comunicação e cultura continua sendo feita no Brasil, mas o minc parece ter seus olhos e ouvidos tapados por ignorantes oportunistas como claudio prado.
 
qualquer coisa positiva será sempre, por definição, algum compromisso espúrio!
coitado do Freud>> 

Em 23 de novembro de 2015 11:52, Thiago Novaes <tno...@gmail.com> escreveu:

Olá listas,

Em 20 de novembro de 2015 17:26, Uirá Porã <uira...@gmail.com> escreveu:

Por fim, acho que ao invés de ficar dando uma de GloboNews e dando número falsiado, era mais produtivo você articular e mobilizar seus conhecidos na Região Norte para que nos próximos editais, tenhamos mais projetos inscritos naquela região.

Grato pelo conselho, Uirá: ele ilumina bem o tipo de pensamento que vigora para os editais públicos das políticas públicas (nada incluisivas!) do ministério da cultura do Brasil.


até mais.


Em quinta-feira, 22 de outubro de 2015 19:43:53 UTC-3, novaes escreveu:
Dos 37 classificados no prêmio nacional, 26 estão em capitais e 21 no Sudeste + PE (RJ: 6; SP: 6; MG: 4 e PE: 5);

9 Estados não aparecem, e a região norte tem 1 (hum) projeto, entre os 47 listados, em Belém do PA.

O prêmio regional não possui nenhum projeto classificado na região Norte do Brasil, tendo um único, de Oriximiná (PA), desclassificado.

E antes que alguém queira argumentar que a razão de tamanho fracasso desta política nacional se deve ao fato de que no Norte a conexão à Internet é mais difícil, e que, portanto, lá a comunicação privilegiada do MinC com a sociedade via facebook não é tão eficaz... lembro:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

  III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

Estando igualmente presente no CAP dedicado à Cultura, Art 215:

IV democratização do acesso aos bens de cultura;
V valorização da diversidade étnica e regional.

Na prática, significa não apenas que vários estados brasileiros estão fora do escopo do investimento federal, mas que tampouco as redes e projetos culturais que EXISTEM nesses estados poderão se denominar Pontos de Cultura (prêmio de consolação para os classificados que não ganharão dinheiro do estado), aumentando a concentração dos recursos de políticas culturais nacionais.

É uma pena que o MinC tenha que colher dados como esses para se dar conta do que estamos alertando há tempos: com políticas apartadas da sociedade, enfocando uma participação social "virtual", e sem construir qualquer base (ou inteligência) que legitime e democratize seus processos (tomando a presença interna da rede de produtores culturais do Fora do Eixo como legitimidade de suas políticas a priori) o resultado não poderia ser outro.

E agora, seu Juca?









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