Leo, muito bacana tua iniciativa de disparar um tópico por aqui
falando sobre uma possível "retomada", e mais legal ainda foi
ver tanta gente responder que está na escuta e com vontade de
participar e interagir. Bons surfistas sabem ler (n)as ondas ;-)
nem sei direito muito bem por onde começar o que quero falar,
acho que talvez uma boa pedida seja tentando identificar algumas
incompatibilidades existentes e tentar visualizar onde se pode
convergir. Digo isso porque essa mensagem me apareceu logo
depois de eu ter lido essa notícia aqui:
pois é, galera, vai ter Ponto de Cultura no Vaticano. Juca e Célio
disputaram o MinC no passado. Não sei se a rivalidade persiste,
mas é fato que o Cultura Viva leva uma marca forte do Célio,
e por isso me confesso um tanto cética quanto a avanços significativos
nesta área. Em relação à Cultura Digital, com letras maiúsculas
e vinculada ao Cultura Viva, digo a mesma coisa. Porém, na
cultura digital como conceito eu vejo grandes possibilidades.
a primeira delas vejo nos CEUs, sobre os quais já foi falado por aqui.
O conceito de cidades sensíveis do CEU de Recife é lindo de arrepiar.
A segunda nas cidades digitais, sobre as quais quase não ouvi
ninguém falando sobre por aqui, mas que tem tudo a ver com
cultura digital. Eu estou acompanhando a implantação de uma
meio de perto, na única de Santa Catarina que foi contemplada
no primeiro edital, Joaçaba. Na fase inicial, o governo exigiu que
a cidade fizesse cursos de inclusão digital gratuitos para a população,
um PRONATEC direcionado. Foi horrível. Didática ruim, softwares
proprietários e exigência de quantidade sem pensar na qualidade.
O pessoal da prefeitura teve de sair catando pessoas nos bairros
para encher as salas. E houve muita evasão porque o pessoal que
deu as aulas não era qualificado para "dar aulas". Aquela velha história
de que quem sabe fazer muitas vezes não sabe ensinar a fazer.
CEUs e Cidades Digitais poderiam convergir, o MinC buscando
parceria com o Ministério das Comunicações, pois pelo que vi do projeto
dos CEUs, tem tudo a ver com o conceito das Cidades Digitais:
"O projeto CIDADE DIGITAL tem como objetivo a modernização da gestão pública
interligando a prefeitura às demais repartições como telecentros, escolas, secretarias,
postos de saúde e demais órgãos públicos, tornando assim a cidade autônoma em internet,
diminuindo gastos com provedores, suporte técnico, assistências técnicas e demais
serviços de terceiros. O projeto internet para todos visa a inclusão digital, promoção a
assistência social, aumento da arrecadação municipal, captação de recursos e de
incentivos fiscais e financeiros, assim como o pleno desenvolvimento da cidade nos meios
tecnológico, CULTURAL, educacional, econômico, comercial e auto-sustentável. Levando assim
interconexão digital à prefeitura e demais órgãos públicos, e também às famílias do
município, com teto salarial familiar de até mil reais, via banda larga até a rede mundial de
computadores(internet), acesso a dados, imagem e Voz sobre IP(VoIP)."
mas né, sei lá. Não sei quais são as vontades políticas dessa nova gestão,
tampouco se existe essa possibilidade de diálogo entre os dois ministérios.
e é por isso que talvez a saída não esteja nA Cultura Digital, mas em
trabalhar cultura digital com outros ministérios sem necessariamente
esperar que essa parceria aconteça. Pedir pra falar com o ministro das
comunicações, Ricardo Berzoini. É muita pretensão? Confesso que
não sei muito sobre ele, mas se queremos que nossa pauta também
englobe políticas de extrema importância como as do espectro livre,
não podemos nem devemos fugir desse contato.
por fim gostaria de dizer que na pior das hipóteses gostaria de pelo menos
ver os pontos de cultura mais valorizados e menos criminalizados. Citando
Robert Heinlein, “O elefante é um rato construído segundo especificações
do Estado.” Agora imaginem os pontos construindo elefantes. Não dá pra
visualizar, né? O MinC precisa de mais sensibilidade e menos burocracia.
Mas qual setor de governo não precisa disso?
gracias por compartir sus voces.
.f4bs
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