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[gtCD] Florianópolis volta ao protagonismo em protestos contra Michel Temer

Texto do Felipe Lenhart para o Diário Catarinense sobre a atuação destacada dos manifestantes contra o Golpe em Florianópolis no dia 2 de setembro. Análise acertada do Professor Jacques Mick:
"Eles se mobilizam em rede e se organizam de maneira descentralizada, bem diferente do que sempre aconteceu nos anos 80 e 90″. Também abordei isso em 2013.
Daí minha incredulidade ao ver as "autoridades" na TV falando em responsabilidade dos organizadores por vandalismos. Eles mesmos sabem que este tipo de movimento não tem liderança, mas precisam dar alguma satisfação ao telespectador que não se deu conta do poder de uma multidão conectada.
Tanto sabem que, conforme relatos, passaram a sexta-feira tentando desmobilizar grupos de jovens reunidos pela cidade, de forma totalmente arbitrária e inconstitucional.
Quando carros de som e bandeiras partidárias começam a ser substituídos por mídias sociais e bandeiras pretas, é o momento de parar de procurar intermediadores e começar a resolver as causas que levaram as pessoas para as ruas.


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TODO CÉREBRO É UMA EMISSORA
Thiago Skárnio [http://skarnio.tv]

Florianópolis volta ao protagonismo em protestos contra Michel Temer

A se confiar nas estimativas de público divulgadas pelos organizadores dos protestos de quarta-feira contra o impeachment de Dilma Rousseff e a posse de Michel Temer, Florianópolis foi a capital que, proporcionalmente ao número de habitantes, registrou a maior concentração de manifestantes nas ruas. Segundo lideranças da passeata convocada pela internet tão logo o impedimento da ex-presidente foi confirmado no Senado, 7 mil pessoas participaram do ato – um para cada 68,25 habitantes. Segundo a PM, que, ao contrário das corporações de outros Estados, se manifestou a respeito, foram 600. Esse número refere-se ao protesto de quarta-feira, dia 31 de agosto. No ato do dia 2 de setembro, organizadores falaram em 12 mil pessoas.

Neste ranking elaborado a partir das informações dos organizadores – nem a Brigada Militar, no Rio Grande do Sul, nem as polícias de São Paulo e Rio de Janeiro divulgaram estimativas –, a segunda capital que mais registrou manifestantes na quarta-feira foi Porto Alegre (RS), em que um em cada 74,05 habitantes foi à rua protestar. 

De acordo com Jacques Mick, professor do departamento de Sociologia e Ciência Política da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o protagonismo de Florianópolis nesse momento pode ter explicação no perfil do manifestante, em geral jovem universitário e sem ligações estreitas com partidos ou movimentos sociais tradicionais da esquerda brasileira. Para o professor, conta também o fato de Florianópolis ser uma cidade com alto índice de conectividade à internet móvel e um público universitário muito expressivo.

– Isso mostra a capacidade de organização desse pessoal que se mobiliza em rede. Perceba que Florianópolis tem se destacado pela formação de coletivos de oposição ao governo, como o Ocupa Minc, e eles, enquanto conjunto de coletivos, têm de certa forma liderado esses movimentos. Eles se mobilizam em rede e se organizam de maneira descentralizada, bem diferente do que sempre aconteceu nos anos 80 e 90 – pondera.

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O histórico de mobilizações em Florianópolis por parte do público estudantil também reforça a hipótese de que esteja na juventude dos manifestantes o combustível para atos de protesto e resistência ao que, do olhar dos coletivos, precisa ser combatido nas ruas.

– Em outros momentos esse protagonismo já deu as caras, como na eclosão do Movimento Passe Livre, na primeira década dos anos 2000. Parece que a conjuntura atual está reavivando essa faceta da juventude e o espírito do "Amanhã vai ser maior", bordão da "Revolta da Catraca" que começou em Florianópolis e se espalhou para outras cidades do Brasil.

O economista e professor de Relações Internacionais da UFSC André Portela chama a atenção para o fato de que SC tem um eleitorado que, nas últimas eleições presidenciais, consagrou Aécio Neves (PSDB) nas urnas e, no geral, está mais à direita no espectro ideológico.

– Há aqui um grupo mais hegemônico, tradicional, que tem grande influência no eleitorado. Basta lembrar que as manifestações do ¿Fora, Dilma!¿ foram enormes, tanto em Florianópolis como em outras cidades. E aí em momentos como este aparece essa disparidade: um ¿Fora, Temer¿ de peso em um Estado que votou majoritariamente na oposição à Dilma. A conferir se dessa juventude não sairão lideranças renovadas da esquerda, algo de que Santa Catarina é carente.

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Os protestos pelo país

Na última quarta-feira, capitais tiveram protestos. Os números são dos organizadores, já que a PM fez estimativa apenas em Florianópolis, de 600 participantes. Veja a relação entre manifestantes e habitantes nestas cidades:

Florianópolis
Manifestantes: 7 mil
População: 477.798
Relação: 1 manifestante a cada 68,2 habitantes

Porto Alegre
Manifestantes: 20 mil
População: 1.481.019*
Relação: 1 manifestante a cada 74,05 habitantes

Rio de Janeiro
Manifestantes: 5 mil
População: 6.498.837*
Relação: 1 manifestante a cada 1,29 mil habitantes

São Paulo
Manifestantes: 10 mil
População: 12.038.175*
Relação: 1 manifestante a cada 1,2 mil habitantes

Fonte: http://dc.clicrbs.com.br/sc/noticias/noticia/2016/09/florianopolis-volta-ao-protagonismo-em-protestos-contra-michel-temer-7373574.html

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