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[gtCD] Re: [submidialogia] [estudiolivre] [radiomuda] Pra ajudar na divulgação do FMML em Poa


2014-02-21 12:32 GMT-03:00 Rita Freire <ritafreir@gmail.com>:
Olá Fabianne
Sendo um diálogo entre vc e Roberto, é interessante que a mensagem original seja enviada também para esta lista, caso concordem. Não temos o email dele para consultar.
Abs




segue abaixo, acho que ele não respondeu a todos:



---------- Forwarded message ----------
From: Roberto Teixeira de Carvalho <robtcarvalho@gmail.com>
Date: 2014-02-20 15:33 GMT-03:00
Subject: Re: [submidialogia] [estudiolivre] [radiomuda] Pra ajudar na divulgação do FMML em Poa
To: submidialogia@lists.riseup.net


Olá Fabianne. 

Desculpe se eu fui mal interpretado. Talvez tenha cometido algum exagero. 

De maneira nenhuma sou contra as rádios alternativas. Ademais, seria um contra-senso da minha parte ir na contramão desse debate tão importante. 

Inclusive, gostaria de prestar meu apoio total a essa causa e me colocar a disposição para colaborar dentro das minhas possibilidades.

Contudo, o meu foco de indignação e revolta se concentra, sobretudo, em relação ao monopólio  da Globo, Record etc.

A tolerância e apatia da opinião pública, mesmo em setores que se dizem liberais ou de esquerda, em relação a esses monopólios é algo gritante.

Artistas consagrados da música, políticos que foram ferozmente perseguidos pela ditadura, hoje, aplaudem e prestam servilismo para essa emissora que colocou-se como braço direito do regime de excessão, comandada pela figura de Roberto Marinho, que mantinha constante  diálogo com milicos, bem como parte da classe empresarial  e banqueiros reacionários que apoiaram e financiaram o regime.

Hoje, com o passar do tempo, vemos essa emissora, tentando habilmente limpar e apagar o seu passado em doses homeopáticas, colocando-se como  vestal da liberdade de informação  e apostando no desinteresse e falta de memória das novas gerações onde, em sua grande maioria, crê que a história começou com o Collor. Não há perspectiva de passado e profundidade de análise histórica para a grande maioria da população. 

Muitos políticos antigos também buscam se reinventar tentando apagar o seu passado. Hoje posam de mestres, gurus e conselheiros econômicos  e são aplaudidos e chamados de "professor" pelos antigos militantes de esquerda que, direta ou indiretamente, foram vítimas desses seus antigos algozes. Delfim Neto é o exemplo mais bem acabado disso. 

A Rede Globo, como você deve saber, estende seus tentáculos para todo lado. Monopoliza as transmissões de futebol, compra os direitos de transmissão de outros esportes impedindo que outras emissoras veiculem, transformou o carnaval numa linha de produção industrial e midiática com tempo estabelecido, onde os sambas enredos parecem todos iguais e padronizados, além disso, o pessoal das comunidades não participa dos desfiles, dando lugar aos silicones, modelos, gente sarada da sociedade e atrizes globais. 

O seu domínio não  para por aí, vai para política, mercado musical, cinema (Globo filmes com seus "filmes novelões" contando com o  apoio da ANCINE, abocanhando a maioria dos editais) e muito mais. 

Dê uma olhada sobre o que os Anonymus falam a respeito da Globo? 

Por isso é que eu acho que um grande debate deve se estabelecer urgentemente em relação a esse e outros monopólios, contando com a participação de um amplo espectro de forças que possam (comunidades indígenas, afro-descendentes etc), servir de contra-peso efetivo a esses agentes da "de-sinformação ou informação seletiva que geram o "duplipensar" no verdadeiro Big Brother descrito por Orwell no seu famoso livro,1984.

Voltando as rádios, não sou especialista no assunto, mas não vejo nos debates discussões sobre conteúdo. 

Por acaso, já foi feito alguma pesquisa ou debate a respeito de que tipo de programação ou conteúdo étnico, quilombolas,movimentos sociais, diferentes etnias indígenas e outros segmentos gostariam que fosse gerado nas rádios alternativas? Existem projetos para elaboração de programas em regime de parceria entre as comunidades e especialistas no assunto?   

Qual é a percepção atual desses segmentos e comunidades, onde a geração de imagens da TV Globo chega como rolo compressor  em relação, por exemplo, as novelas e outros conteúdos? Como se conforma o seu imaginário em relação as produções globais e as pregações neo-pentecostais? O que eles propõem como alternativa? Eles participam, ou suas vozes são ouvidas nos vários debates e encontros promovidos por intelectuais, acadêmicos e  movimentos militantes de mídia alternativa? 

Como, na suas opinião,  se estruturaria uma rede de suporte e manutenção desses equipamentos instalados nas comunidades?  Há alguma espécie de treinamento dos locais?  Ao que me consta, a poucos meses, o Iuri foi solicitado a prestar seus serviços de manutenção a uma comunidade quilombola e o sufoco parece que foi grande. 

O que, de fato, impede que setores interessados na massificação dessas rádios se juntem e exerçam forte pressão para que se estabeleçam marcos regulatórios para o seu funcionamento? Os ativistas buscam apoio internacional? Há diálogos e troca dei idéias com outros países que já tem consolidada uma base instalada de rádios alternativas em pleno funcionamento? Existe o debate de uma legislação internacional ou, mais modestamente, no âmbito do Mercosul,para regular e proteger essas rádios da ingerência de ditadores e governos totalitários?  
Abs. 

Roberto      

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