Re: [gtCD] esclarecimentos e encaminhamentos da análise das redes [ERA: Sobre saídas da Metarec, Lista nova?, somos nomencriaturas, mas bah!!!, abrindo as redes no pé de cabra, análise das redes X do fim e outras mais]

já respondendo aqui antes da próxima mensagem, uma coisa que me chamou a atenção enquanto eu lia:

eu confesso que depois de assistir ao vídeo que tu fez lá na chamada para a vaquinha, comecei a pesar cada email que mando aqui para a lista. e desisti de enviar meia dúzia deles. daí queria também trazer para reflexão essa dobra: eu ter consciência de que de acordo com uma leitura X eu acabo assumindo um papel nas conversas pode me fazer participar menos das conversas. não sei o quanto isso é saudável para a rede em si - se pode levar a novas formas de equilíbrios dinâmicos nos quais as pessoas não se consolidem em papeis repetidos, ou se por outro lado pode minar a espontaneidade de participações que é meio que marca registrada. se as pessoas vão passar a pensar demais sobre isso, tem uma coisa profunda aí.

já conversamos sobre isso, acho, mas eu tenho uma grande ressalva a todos aqueles projetos que tentam criar moedas virtuais, por mais bem intencionados e matematicamente competentes eles sejam. tem o velho causo do impacto que o projeto da USP causou na economia espontânea de escambo em Pipa, que acho importante levar em conta. aquele lance quântico: quando tu mede a partícula, ela perde a incerteza (e pode então ser enquadrada). assim como o que a economia espontânea de escambo tem de transformador pode perder potência quando se tenta traduzir todas suas operações sob uma ótica matemática (ainda que complexa), também posso imaginar um efeito parecido nesta lista e em outras. se tem alguém medindo, talvez eu tente segurar meus offtopics, minhas disgressões, minhas viagens. eu não gostaria que isso acontecesse.

miguel caetano e hernani também fizeram análises "acadêmicas" da metareciclagem. e não só eles - no google scholar aparecem 153 menções:

http://scholar.google.com.br/scholar?hl=en&q=metareciclagem&btnG=&as_sdt=1%2C5&as_sdtp=

mas acho que pelo menos nesses 2 que tu mencionou diretamente tem uma diferença: eles não tentaram uma análise "estatística". eram análises que dialogavam com a rede, assumindo inclusive o papel de interferir nela e potencializar conversas específicas que não aconteceriam de outro modo. não era pegar as conversas como matéria e tentar abstrair padrões (que em última instância poderiam demonstrar coisas que as pessoas não gostariam de ver publicizadas).

entendo tua posição de que são dados que estão na internet, que o google e o facebook já nos mapeiam. por outro lado, me incomodou quando tu falou (nem sei se foi aqui) que foram "só" 3 ou 4 pessoas que se posicionaram contrariamente. acho que se tiver uma pessoa que não aceita, já é motivo para abortar o que quer que seja. 3 ou 4 é bastante gente.

enfim, vamos indo.

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    FelipeFonseca
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