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[gtCD] Re: Caetano Veloso: “Ninguém de boa-fé pode ser contra os direitos autorais”

Excertos extraídos da entrevista com Caetano Veloso anteriormente mencionada, publicada na última edição da revista semanal Época (ed. 667 - 28/02/2011)

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Página 110:

Uma das convicções das quais Caetano não abdica é "organizar o Carnaval". Leia-se: fazer polêmica. Ele lançou uma há poucas semanas, em sua coluna no jornal O Globo, com a seguinte declaração: "Ninguém toca em nem 1 centavo dos meus direitos autorais". A tentativa de "puxar a discussão", como diz, causou surpresa. 

Nesta entrevista, ele recua ante a repercussão: diz confessar sua "ignorância no assunto". o assunto é a preservação da propriedade do autor, defendida pela nova ministra da Cultura, Ana de Hollanda, posição contrária à da gestão anterior, dos ex-ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira. Pela primeira vez em sua longa carreira, Caetano foi criticado por assumir uma atitude considerada conservadora. Será a idade?

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Página 112:


ÉPOCA - E esse negócio de internet? O que faz você fincar o pé na preservação dos direitos autorais?


Caetano - Acho que não tem ninguém que de boa-fé venha dizer em público que é contra os direitos autorais e sua preservação.

ÉPOCA - Gilberto Gil fez um ministério todo buscando flexibilizar as regras da propriedade intelectual e colocou à disposição de qualquer um suas composições.


Caetano - Acho muito moderno e saudável que o Ministério da Cultura de um país como o Brasil tenha sido pioneiro em acolher este tema.

O problema maior não é tanto de baixar, e sim o upload. Alguém anha dinheiro com esse negócio. Por que o autor não vai ganhar?

Isso tem que ser estudado direito.
A internet não é o ar que respiramos. É um negócio que começou no Pentágono. Há companhias que têm grande poder e que significam grande dinheiro pela atuação na internet.

Aos poucos, vamos vendo como os autores vão receber e como vai se legislar diante disso. É um assunto que tem que ser analisado com responsabilidade.

Eu, pessoalmente, tenho uma reação instintiva contra o lado muito deslumbrado, a coletivização da criação, a morte do autor. É uma democratismo meio suspeito aos meus olhos.

Quando entrou a ministra Ana (de Hollanda), os que já se opunham a essa tentativa de flexibilização se animaram a pedir a ela ou induzi-la a fazer uma defesa dos direitos autorais tais como eles já existem.

Então, na minha coluna do jornal O Globo, quis fazer uma mediação para esse diálogo se dar no mais alto nível possível. Mas confesso minhas ignorâncias.

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Não consegui escanear a matéria e tomei a liberdade de transcrever somente os trechinhos relativos a direitos autorais, tudo bem? ;)

Beijos, beijos!!!

Ceci
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"Discordo daquilo que dizes, mas defenderei até a morte o teu direito de o dizeres". - Voltaire

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Essa mensagem foi postada no grupo: http://groups.google.com/group/gtculturadigital?hl=pt?hl=pt-BR
 
Esse grupo está ligado ao Movimento Cultura Digital:
http://culturadigital.br/movimento

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