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[gtCD] Re: [estudiolivre] [DebateFML] A tecnoutopia do software livre: uma história do projeto técnico e político do GNU

ois,

feliz também que o debate segue instigante.

Eu entendo as colocações do Tygel, e agora do Bruno, e vou tentar justificar melhor o que aproxima o que estamos falando (até agora fabs e pr.thiago...).

Na perspectiva do Tygel e Bruno, há um humano por detrás da técnica que busca se emancipar, e as ideologias vêm atrapalhando ou ajudando (de acordo com cada uma...) a esse projeto. Entretanto, objetos técnicos são eles mesmos concretizações de pensamento humano, de relações sociais, o que nos autoriza a falar em sócio-técnica. Quando insisto em falar da tecnicidade do sw livre, é porque ele carrega relações sociais potenciais que o sw proprietário não permite: não existe um "antes" e um "depois" da técnica. Dito de outra maneira: o sw livre não é um fim em si, mas um bom começo... claro que a Nokia criou sua forma de lucrar com isso, assim como o Creative Commons reificou a noção de autor quando esta já implodira sob o wiki, ou da circulação dos torrents... mas isso dentro de batalhas de uma guerra muito maior...

Vou trazer outro exemplo que pode interessar: atualmente se discute sobre qual o sistema de rádio digital deve ser adotado no país. Os grupos de comunicação "de esquerda" têm tido uma dificuldade muito grande em apoiar o sistema aberto (em detrimento do fechado) pois argumentam que a técnica em si não vai dar conta de democratizar as comunicações. Ignoram assim as questões econômicas envolvidas na produção distribuída (ao que se opõe o monopólio, desejo de todo capitalista), a multiplicação exponencial de canais emissores (acreditam apenas nos sujeitos que emitirão os conteúdos emancipadores "de fato", contra-hegemônicos!, uma forma de gênio educado do bem...), e, mais importante talvez, desconhecem em sua proposta de lei que o digital não é a evolução natural do analógico, mas permite usos antes imprevistos (esse raciocínio sobre a evolução técnica é fundamental). Ou seja, a tv digital não é, naturalmente, a passagem do colorido para o super-colorido (pra ver novela e jogo em HD), mas uma possibilidade real de multiplicação de emissores, de compartilhamento de infra-estrutura de transmissão digital de dados de alta capacidade. Rádio digital não é áudio sem ruído, mas uma plataforma de comunicação que inclui o audiovisual, dados de toda sorte, implodindo os conceitos que balizavam a regulação de comunicação social analógica. Sem entender a tecnicidade envolvida nas técnicas, a esquerda segue alienada em discursos impotentes de igualdade de acesso quando detém a oportunidade histórica de ruptura com um sistema de controle (de comunicação, de tecnologia) ainda extremamente vertical.  E tem mais, muito mais... inté!


Em 7 de abril de 2014 01:37, bruno tarin <brunotarin@gmail.com> escreveu:
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: "bruno tarin" <brunotarin@gmail.com>
Data: 07/04/2014 01:32
Assunto: Re: [DebateFML] A tecnoutopia do software livre: uma história do projeto técnico e político do GNU
Para: "debatefml" <debatefml@listas.hipatia.net>
Cc:

Pessoal se me permitem um pitaco a questão não é se há ou não ex nihilo ou o gênio (ditador ou não) mas sacar q tecnologia antes de ser técnica é relação social e q relações sociais tem consequências políticas, ou em outras palavras criam verdades e mundos mais fechados ou mais abertos a depender dos conflitos colocados. Quero dizer q vale olhar antes pras lutas e subjetividades em jogo do q nos objetos técnicos ou nas instituições (reduzidas ao constituído). E gostaria mt de ver/conversar sobre essa relação proposta sobre economia, tecnologia e cultura no espaço/ tempo q partilhamos. Abs e feliz de ver esse debate!



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