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[gtCD] Re: [DebateFML] A tecnoutopia do software livre: uma história do projeto técnico e político do GNU

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: "bruno tarin" <brunotarin@gmail.com>
Data: 07/04/2014 01:32
Assunto: Re: [DebateFML] A tecnoutopia do software livre: uma história do projeto técnico e político do GNU
Para: "debatefml" <debatefml@listas.hipatia.net>
Cc:

Pessoal se me permitem um pitaco a questão não é se há ou não ex nihilo ou o gênio (ditador ou não) mas sacar q tecnologia antes de ser técnica é relação social e q relações sociais tem consequências políticas, ou em outras palavras criam verdades e mundos mais fechados ou mais abertos a depender dos conflitos colocados. Quero dizer q vale olhar antes pras lutas e subjetividades em jogo do q nos objetos técnicos ou nas instituições (reduzidas ao constituído). E gostaria mt de ver/conversar sobre essa relação proposta sobre economia, tecnologia e cultura no espaço/ tempo q partilhamos. Abs e feliz de ver esse debate!

Em 06/04/2014 23:18, "Daniel Tygel" <dtygel@gmail.com> escreveu:
[Debate-FML]
viva a "genialidade do ditador", ou "o bom ditador".

     Abraços,

           daniel
PS: a agressividade residiu no fato de que se falou em não se manifestar quem não leu o artigo, e só o resumo.
 


Em 06-04-2014 15:21, fabianne balvedi escreveu:
[Debate-FML]


não sei porque minha resposta foi classificada como agressiva. Quem foi que eu ataquei?

sobre a proposta ser emancipatória "em si", sim, é essa a idéia. Porém uma emancipação sozinha não faz um mundo melhor, mas é um caminho necessário para tal.

sobre prazer em centralidade e egos, sejamos sinceros, isso não é um problema de desenvolvedores, mas do ser humano. Não vejo nenhuma profissão em que isto não aconteça. 

sobre meritocracia ser oposta a democracia, não sei se seria bem o caso. Até mesmo porque no desenvolvimento do SL tem todo tipo de sistema social acontecendo, desde a anarquia (tiki-wiki) até a ditadura (cinelerra). É uma democracia de sistemas sociais, hehe. A beleza do código ser livre pra mim reside no fato de que se, por exemplo, não se aceita a ditadura, faz-se o fork, como a galera do lumiera, que fez outra versão do cinelerra independente do desenvolvedor principal. E o problema reside no fato de que nem todos tem a genialidade do ditador para escrever e interpretar códigos, e assim muitos projetos acabam morrendo.

os programadores são os escribas dos tempos modernos, disse um professor meu. Agora imaginem se a linguagem utilizada pelos escribas no passado tivesse tido seu código fechado.

abs.

.


On Fri, Apr 4, 2014 at 5:58 PM, Daniel Tygel <dtygel@gmail.com> wrote:
[Debate-FML]
Um pouco agressiva a resposta. Eu estava apenas aproveitando uma deixa para fazer uma reflexão de algo que sinto que acontece aqui no Brasil também no universo do software livre, apesar dela ter dito, na dissertação, que aqui a coisa era super ligada a uma ideologia de emancipação do capitalismo. Tenho sentido muita centralidade no prazer e ego individual do desenvolvedor, e bastante "tesão" pela meritocracia ao invés da democracia (aliás, não me parecem que estes dois métodos convivem facilmente juntos, principalmente na gestão de softwares livres).

PS: depois de ter lido o resumo, li boa parte da dissertação, e realmente o final vai nesta linha, mas por outro lado fica esta ideia de que a proposta é emancipatória "em si" (ou seja, sozinha), podendo ser apropriada por direita e esquerda.

PS2: Eu não estava criticando a dissertação, apenas aproveitei a bola levantada para propor uma reflexão. Aliás, a dissertação está excelente!

       Abraços, desarmado,

            daniel tygel (eita)

Em 04-04-2014 10:28, fabianne balvedi escreveu:
[Debate-FML]


sozinho não é mesmo, vide como ela conclui a dissertação. Por isso acho complicado debatermos seu conteúdo sem se ler pelo menos uma parte dele, e não somente o resumo.


.


On Thu, Apr 3, 2014 at 10:26 PM, Daniel Tygel <dtygel@gmail.com> wrote:
[Debate-FML]
Oi gente,

    Li apenas o resumo, e fiquei pensando: quando se fala que, por um lado, a utopia "gnútica" se propõe emancipadora para um mundo melhor (valor positivo, então), e, por outro lado, suas propostas possam ser bem assimiladas pela esquerda e pela direita, há talvez um juízo de valor por parte da autora de que seja possível, tanto pela direita como pela esquerda, aspirar juntos a um mundo melhor?

    Digo isso por ter o sentimento, em minhas experiências recentes, de que simplesmente defender software livre não necessariamente significa um processo de emancipação e superação do capitalismo, pois vejo muito de uma cultura meritocrática que em vários espaços "desgosta" de democracia, por considerá-la um "blablablá" de "comuna", e que não vai a lugar nenhum.

    Este discurso meritocrático me incomoda um monte, e me parece estar vinculado com uma ideia tecnocêntrica, de que os desenvolvedores teriam mais capacidade de tomar decisões sobre uma solução tecnológica do que usuários "leigos da programação", criando uma espécie de aristocracia...

    Eu só consigo "me apaixonar" por software livre quando se associa a outros conceitos, como justiça social, preservação ambiental, autogestão, democracia radical com respeito às diversidades. Sozinho, não me parece ser suficiente para propor um mundo melhor (google faz bastante software livre).

     Alguém de vocês tem alguma visão complementar sobre isso?

         Obrigado,

                daniel tygel (cooperativa EITA - educação, informação e tecnologia para autogestão - http://eita.org.br)



Em 03-04-2014 19:51, fabianne balvedi escreveu:
[Debate-FML]


Perdoem-me pelo cross-post, mas esta generosidade da Aracele Torres merece:

http://cibermundi.wordpress.com/2014/03/31/minha-dissertacao-sobre-o-projeto-gnu/

Resumo:

Ao longo dos períodos históricos a técnica tem desempenhado um papel importante na formulação de demandas sociais. Os indivíduos sempre depositaram nas tecnologias suas expectativas e desejos para a construção de uma realidade diferente. O mesmo tem acontecido hoje com as tecnologias digitais. Muitos grupos sociais atribuem a elas um papel de possibilitadoras de uma sociedade mais justa e mais democrática, onde o conhecimento seja algo irrestrito e pertença a todos. Neste trabalho pretendemos apresentar, a partir de uma perspectiva histórica, esse debate contemporâneo em torno das tecnologias digitais como tecnologias emancipadoras. Para tal, trabalharemos com o Projeto GNU, representante do movimento software livre, idealizado na década de 1980 por Richard Stallman, e que se insere nesse debate através da sua defesa, não só de uma informática livre, mas do conhecimento livre como um todo. Entendemos que esse projeto é um dos principais representantes da tendência atual de depositar nas tecnologias digitais a expectativa de uma sociedade melhor. Investigamos as características desse discurso do Projeto GNU e buscamos perceber de que forma ele foi se construindo ao longo do tempo, assim como também quais práticas sociais o acompanham e quais indivíduos são seus portadores. Identificamos neste discurso a presença de palavras-chave historicamente mobilizadoras e que permitem que ele seja incorporado tanto por grupos de esquerda quanto de direita. Além disso, ao se colocar como um projeto político e defender uma sociedade diferente da que temos hoje, o Projeto GNU, com sua causa do software livre, é representante de uma verdadeira utopia moderna.

Link para download da dissertação: A tecnoutopia do software livre: uma história do projeto técnico e político do GNU.



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