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Re: [gtCD] Marcio Pochmann "Pobres que trabalham e estudam têm jornada maior que operários do século XIX"

taí alguem que 'entende' do assunto.

mbraz

Em 1 de outubro de 2011 10:54, Sttela Cabral
<stelafeminista@gmail.com> escreveu:
> REPASSANDO
> Marcio Pochmann "Pobres que trabalham e estudam têm jornada maior que
> operários do século XIX"
>
> http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/pochmann-pobres-que-trabalham-e-estudam-tem-jornada-maior-que-os-operarios-do-seculo-xix.html
>
> 1 de outubro de 2011 às 0:43
>
> Pochmann: Pobres que trabalham e estudam têm jornada maior que operários do
> século XIX
>
> por Fernando César Oliveira, site da UFPR, sugestão de Luana Tolentino
>
> O economista Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica
> Aplicada (Ipea), classificou ontem à noite em Curitiba como "heróis" os
> brasileiros de famílias pobres capazes de conciliar o trabalho com o estudo.
>
> "No Brasil, dificilmente um filho de rico começa a trabalhar antes de
> terminar a graduação ou, em alguns casos, até mesmo a pós-graduação",
> observou Pochmann.
>
> "Os brasileiros pobres que estudam e trabalham são verdadeiros heróis.
> Submetem-se a uma jornada de até 16 horas diárias, oito de trabalho, quatro
> de estudo e outras quatro de deslocamento. Isso é mais do que os operários
> no século XIX."
>
> O presidente do Ipea foi um dos palestrantes na abertura da terceira edição
> do Seminário Sociologia & Política, ao lado da professora Celi Scalon
> (UFRJ), no Teatro da Reitoria da UFPR. "Repensando Desigualdades em Novos
> Contextos" é o tema geral do seminário. Promovido pelos programas de
> pós-graduação em Sociologia e em Ciência Política da instituição, o evento
> termina nesta quarta-feira (28).
>
> Pochmann lembrou que o Brasil levou cem anos, desde a proclamação da
> República, em 1889, para universalizar o acesso das crianças e adolescentes
> ao ensino fundamental. "Mas esse acesso foi condicionado ao não crescimento
> dos recursos da educação, que permaneceram em torno de 4,1% ou 4,3% do PIB.
> Sem ampliar os recursos, aumentamos as vagas com a queda da qualidade do
> ensino."
>
> Essa universalização do ensino fundamental, no entanto, não significa que
> 100% dos brasileiros em idade escolar estejam estudando. Segundo dados
> apresentados pelo dirigente do Ipea, ainda existem 400 mil brasileiros com
> até 14 anos fora da escola. Se essa faixa etária for estendida para 16 anos,
> a cifra salta para 3,8 milhões de pessoas.
>
> "A cada dez brasileiros, um é analfabeto. E ainda temos cerca de 45%
> analfabetos funcionais. É muito difícil fazer valer a democracia com esse
> cenário."
>
> Em sua fala, Marcio Pochmann também abordou temas como a redução da taxa de
> fecundidade das mulheres brasileiras, o crescimento da população idosa, o
> monopólio das corporações privadas transnacionais e a concentração da
> propriedade da terra.
>
> "O Brasil não fez uma reforma agrária, não democratizou o acesso à terra.
> Temos uma estrutura fundiária mais concentrada do que em 1920, com o
> agravante de que parte dela está nas mãos de estrangeiros", afirmou o
> economista. "De um lado, 40 mil proprietários rurais são donos de 50% da
> terra agriculturável do país, e elegem de 100 a 120 deputados federais. De
> outro, 14 milhões trabalhadores rurais, os agricultores familiares, elegem
> apenas de seis a dez deputados."
>
> Para Marcio Pochmann, a desigualdade é um produto do subdesenvolvimento.
> "Não que os países desenvolvidos não tenham desigualdade, mas não de forma
> tão escandalosa."
>
> Nem revolucionário, nem reformista
>
> Segundo o presidente do Ipea, a participação dos 10% mais ricos no estoque
> da riqueza brasileira não mudou nos últimos três séculos. Permanece
> estacionada na faixa percentual em torno de 70 a 75%.
>
> "Somos um país de cultura autoritária, com 500 anos de história e menos de
> 50 anos de vivência democrática. O Brasil não é um país reformista e muito
> menos revolucionário", sentencia Pochmann. "A baixa tradição de uma cultura
> partidária capaz de construir convergências nacionais nos subordina a
> interesses outros que não os da maioria da população."
>
> Marcio Pochmann afirmou que os ricos não pagam impostos no Brasil. "Quem tem
> carro, paga IPVA. Quem tem lancha, avião ou helicóptero, não paga nada. E o
> ITR [Imposto Territorial Rural] é só pra inglês ver", exemplificou. "Quem
> paga imposto no Brasil são basicamente os pobres."
>
> Um estudo do Ipea teria demonstrado que os moradores de favelas pagam
> proporcionalmente mais IPTU do que os brasileiros que vivem em mansões.
> "Quem menos paga é quem mais reclama de imposto. Tanto que impostômetro foi
> feito no centro rico de São Paulo."
>
> Pochmann observa que o tema das desigualdes não gera manifestações, não gera
> tensão. "Não há greve em relação às desigualdades."
>
> Trabalho imaterial
>
> Na avaliação de Márcio Pochmann, a sociedade mundial está cada vez mais
> assentada no que ele chama de "trabalho imaterial", associado a novas
> tecnologias de informação, como aparelhos celulares e microcomputadores. "O
> trabalhador está cada vez mais levando trabalho pra casa."
>
> Essa sociedade do trabalho imaterial, conforme o dirigente do Ipea,
> pressupõe uma sociedade que tenha como principal ativo o conhecimento.
> "Pressupõe o estudo durante a vida toda, e o ensino superior apenas como
> piso."
>
> Pochmann criticou ainda a forma como a comunidade acadêmica tem tratado o
> tema das desigualdades no país. "O tema tem sido apresentado de forma muito
> descritiva e pouco de enfrentamento real e efetivo. Em que medida a
> discussão está ligada a intervenções efetivas, a políticas que possam de
> fato alterar a realidade como a conhecemos?"
>
> Na avaliação dele, a fragmentação e a especialização das ciências sociais
> aprofundariam o quadro de alienação sobre o problema das desigualdades.
>
> "As pesquisas não mudam a realidade. Quem muda a realidade é o homem. Agora,
> as pesquisas, as teorias mudam o homem. Se mudarem o homem, ele muda a
> realidade. Nada nos impede de fazer isso, a não ser o medo, o medo de
> ousar."
>
> __._,_.___
>
> --
> Sttela Cabral
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> Pontão Setecidades
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