FESTIVAL DE CINEMA DE BRASILIA
Seminário pede visão industrial para setor
DA ENVIADA A BRASÍLIA
Com a competição ainda engatinhando, o grande foco do Festival de
Brasília se voltou, nos primeiros dias, ao seminário "Novas
Perspectivas do Cinema e do Audiovisual Brasileiro".
No evento, que terminou ontem reunindo personalidades da cadeia
produtiva do cinema nacional, houve a cobrança pela instalação de uma
visão industrial do setor no Ministério da Cultura.
"Até agora, só temos incentivo para o desenvolvimento de projetos. Não
podemos saudar o bom momento atual do cinema sem enxergar que estes
são, na verdade, espasmos", afirmou a produtora Mariza Leão.
Numa fala inflamada, o produtor Luiz Carlos Barreto defendeu a divisão
do Ministério da Cultura em duas pastas, uma voltada às indústrias
culturais -com foco no mercado- e outra ao desenvolvimento cultural -
preocupado com o fomento das linguagens artísticas.
José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, era um dos nomes escalados
para participar do debate, mas faltou à mesa para a qual era esperado.
Fez, então, uma aparição relâmpago na quinta, quando falou brevemente
de sua relação pessoal com o cinema.
A participação de Dirceu vinha sendo criticada nos corredores do
evento por sua falta de envolvimento efetivo no setor. No entanto, o
coordenador-geral do festival, Nilson Rodrigues, defendeu sua presença
por ele ter sido articulador do projeto de criação da Ancine.
O festival, que prossegue até o dia 3, exibe hoje o longa "Meu País",
de André Ristum, já exibido em Paulínia, em julho, e que estreia no
próximo dia 7. Amanhã é a vez do documentário inédito "Vou Rifar Meu
Coração", de Ana Rieper, que encerra a competição. (AQ)
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