Acho que da minha parte cabe um esclarecimento...
Eu realmente entendo toda essa questão política que envolve o uso do software livre. Provoquei até aqui pra chamar a tenção de outra ponta da realidade que acredito estar relegada.
Em 28 de agosto de 2011 14:23, Fabianne Balvedi <fabs@estudiolivre.org> escreveu:
sinceramente, não entendo porque se tem tanta facilidade
em reconhecer que não faz sentido comparar um violino stradivarius
com uma rabeca artesanal, que não faz sentido algum comparar
a qualidade musical de um com outro, mas que com o software
não se tenha a mesma doçura, o mesmo reconhecimento
de que a utilização do instrumento mergulhado dentro de seu
contexto cultural diferenciado possa gerar coisas maravilhosas.
"ah, mas rabeca e violino são instrumentos diferentes"
"suas naturezas são diferentes"
justamente!!!
software livre e software proprietário são softwares
de natureza diferente! O que tem em comum é que são
feitos de código, como rabeca e violino são instrumentos
feitos de corda e madeira!
é verdade que a comparação entre os dois incomoda
e é também verdade que a discussão não teria ido tão longe
se essa comparação não tivesse surgido novamente por aqui.
Mas os motivos do porque que incomoda é que não são
devidamente compreendidos. Ficam achando que não se quer
que o software evolua... ninguém aqui falou isso! Inclusive
eu mesma dei a letra de diversas formas que já existentem
para ajudar na sua evolução!
mas qual é o pecado em se dizer que as ferramentas
DO JEITO QUE ESTÃO AGORA, no PRESENTE,
tem um potencial estético fantástico que não está
sendo ainda devidamente explorado? Por que se curvar
aos desejos fabricados pelo mercado, que vende um
celular com captura HD mas onde SUA PRÓPRIA TELA
não dá conta de explorar todo potencial da imagem
capturada porque simplesmente NÂO PRECISA
de tanta qualidade? Por que as pessoas compram
TVs de um monte de polegadas com altissima definição
quando nem tem sequer a distância mínima para aproveitar
toda essa qualidade dentro de suas pequenas casas?
por que não podemos exaltar o potencial que estes softwares tem
no AGORA, mesmo com todos os seus "defeitos"?
fabs, como sempre concordo discordando =)
como eu disse na outra msg, essa conversa serve como uma luva pros sujeitos que tem uma história pra contar, pra pontos de cultura flimarem sua própria vila, pra ong´s fazerem seus filmes, enfim... serve pra uma série de sujeitos mas não todos.
ficou de fora o sujeito-editor-de-vídeo-que-quer-se-sustentar. Não aceito a visão de alguns de que este sujeito seria "um vendido que serve aos interesse de mercado".
poxa, galera, vamos ficar só querendo que nossas ferramentas
repitam os padrões de mercado sem questionar o porquê
de sua existência? Uma discussão somente neste nível não
faz o menor sentido pra mim, principalmente quando o
foco, que eu saiba, é CULTURA e não, MERCADO.
concordo mas já faz anos que a discussão tem sido o "por quê da sua existência". Faz anos que nós (eu, vc e muitos outros), estamos amadurecendo todos esses argumentos que vc está discorrendo nessa thread. O nível de discussão que está faltando e atrasado é justamente o do mercado. E ele não é antagônico à discussão de cultura. São complementares.
Outra coisa fabs, relaxa que eu te conheço o suficiente pra saber que vc deseja sim que os softwares livres melhorem. Toda sua resistência em aceitar a legitimidade dos anseios deste seguimento (dos editores profissionais), puxando a discussão de volta para o foco filosófico/político, fizeram parecer o contrário mas eu nunca cheguei a realmente pensar que vc estivesse defendendo a não melhoria. Provoquei sim mas com a intenção de legitimar esse outro lado da conversa.
mas eu relativizo bastante o argumento de "NÂO PRECISA de tanta qualidade". Não precisa pra quem? pra vc? eu preciso, é com meu cel que captura em HD que estou documentando o crescimento da minha filha mais nova. E ele está sempre no meu bolso, pronto pra usar qd a oportunidade parece. E sim, a tela dele não tem a definição toda mas eu posso usar a conexão HDMI que ele tem pra visualizar em uma tela de alta definição...
isso sem falar das possibilidades profissionais de ter essa ferramenta no bolso...
relativizar a importância das coisas é tão importante quanto relativizar a não importância delas...
neh?
né?
abs
Daniel Prado
dtprado@gmail.com
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